31 maio 2012

Tirando as fraldas da menina

Como ensinar a menina a usar o penico? Qual a idade certa para tirar as fraldas? Primeiro de dia, depois à noite, tudo ao mesmo tempo?
São perguntas que ouço muito.

Confesso que, para mim, nada foi tão perturbador quanto tirar as fraldas. Amamentar muitas vezes por dia (e com muita dor no começo!), acordar de madrugada, tudo isso foi muito bem suportável. Enxugar xixi pela casa o dia todo, definitivamente não. Consumiu minha paciência (e uma coisa que Deus me deu é paciência).

Aqui começa meu relato de como aprendemos a ensinar nossa filha a usar o penico. Não é o melhor, nem o pior jeito de fazer isso. Mas foi assim que fizemos e talvez ajude alguém nesse processo.

Antes de iniciarmos a aventura, mostramos o penico e apenas dissemos que servia para fazer xixi e cocô. Deixei pela casa umas duas semanas (talvez um pouco mais) para que ela se acostumasse ao novo objeto. Deixei brincar, usar como cadeirinha, bem à vontade mesmo.

Depois deste primeiro contato, expliquei como usá-lo realmente. E toda aquela história de que era uma garota esperta e poderia usar calcinhas como a mamãe. Ela gostou da idéia, ficou toda feliz com a calcinha e eu coloquei meu plano em ação: dei bastante água, suquinho e fiquei de olho. Esperei uns 15-20 minutos e convidei-a para sentar-se no penico levando um brinquedinho de que ela gosta bastante. Lá ficamos por algum tempo e eu falei, com muita naturalidade, que ela poderia deixar o xixi sair se precisasse.

Muitos desenhinhos depois (levamos uma lousinha para esperar o xixi), ouvi aquele barulhinho tão esperado. E foi aquela festa!!!! Elogios aos montes! "Que gracinha! Fez direitinho! Que bom! Parabéns! Vamos contar e todos vão ficar felizes!" E enfatizei: "É assim que vamos fazer sempre que tiver vontade de xixi ou cocô."

Nesse dia e no dia seguinte, aconteceram alguns escapes. Normal. Troquei a roupa, limpei o chão e pedi que prestasse atenção para dar tempo na próxima vez. E foi inacreditável quando, apenas dois dias depois, ela pedia direitinho todas as vezes para usar o penico e não havia mais escape.

E assim foi feito... até que chegou o fim de semana. Sabadão e fomos para a casa da vovó. Decidi não levar o penico (apesar de ter lido em todos os lugares que é recomendável usar o mesmo penico, assentinho, ou o que estiver sendo usado no começo). Decidi que, se fosse necessário a gente dava um jeito no vaso sanitário mesmo.

Pena que não contei isso pra ela. Lá estávamos, felizes e contentes e é claro que: "Mamãe, xixi no penico!"
Respondi: "Ah, aqui não tem penico, mas vamos lá no banheiro que vai ser um pouquinho diferente".
Disse que iria segurá-la e ela poderia fazer na privada, igual a mamãe. E foi nesse exato momento que a menina travou, chorou, assustou, segurou o xixi e não fez de jeito nenhum.

E quando fomos pra casa, adivinha: todos os xixis possíveis e imagináveis foram feitos na calça. Não pedia mais para usar o penico. Só conseguia para o cocô (depois de insistir muito), porque dava pra perceber quando ela precisava evacuar. Xixi no penico, de jeito nenhum. E a minha paciência foi pro beleléu.

E eu insisti, e falei e pedi e ela nem queria mais chegar perto. E fomos assim por mais de um mês. Eu também havia lido em todos os lugares que, uma vez decidido iniciar o treino para tirar as fraldas, também chamado de desfralde, não deveria voltar atrás, porque poderia confundir a criança. Depois de conversar com a pediatra, concluímos que não eram eles que limpavam o chão ou lavavam a roupa pra mim.

E conversei com a menina, com todo o carinho, e expliquei que ela poderia usar a fralda novamente se quisesse, para ficar mais tranquila, até aprender direitinho. E poderia pedir para fazer no penico quando sentisse vontade.
Ela respondeu com toda doçura: "Eu quero, mamãe".

E voltamos às fraldas, por uns 2 meses, sem crise, sem cobrança. Até que um dia, ela pediu. E comecei a levá-la ainda usando a fralda, fazia e eu colocava a fralda de novo. Sempre que necessário.

Comecei a perceber que a fralda ficava seca durante o dia todo, ou seja não escapava nada. À noite ainda tinha, porque acordava com a fralda molhada.
Depois passou a amanhecer sequinha algumas vezes e fui observando.
Ela passou a usar calcinha durante o dia e à noite colocava uma calcinha de treinamento. É uma fralda que parece calcinha.
Estabeleci uma meta: quando ela ficasse uma semana inteira acordando com a fralda seca, colocaria calcinha.

E quando isso aconteceu, pronto! Mágica! Incrível!
E estarei mentindo se disser que, desde então, o colchão nunca foi tomar um vento e um banho de vinagre. Isso é natural. (Apesar de minha mãe falar que eu nunca fiz xixi na cama. Papo de mãe.) Mas foram umas 4 vezes, num período de mais de um ano. E sempre, sempre, a levamos para o último xixi do dia, logo antes de dormir.

Só pra deixar a informação mais precisa, o meu segundo filho nasceu quando ela tinha 1 ano e 9 meses. Então quis esperar um tempo para fazer o treino. Comecei com 2 anos e 2 meses, interrompi com 2 anos e 5 meses, e aos 2 anos e 8 meses ela já usava calcinha de dia. À noite esperamos mais um mês ou dois para deixar de calcinha.

Apesar do longo post, isso é apenas um resumo de tudo que tentamos. Essa fase foi um grande aprendizado para mim. Tomara que seja mais suave quando for a vez do menino.

Teoricamente, os pequenos estão preparados para controlar as eliminações voluntariamente a partir dos 18 meses. Na prática, conheça e respeite o tempo da sua criança. Essa fase é muito importante. Jamais pressione, ou coloque uma carga negativa nesse processo. Se for necessário, volte atrás, sem medo. Mas sempre explique os motivos.

Dicas importantes:

Prefira fazer isso quando estiver calor!
Evite outras novidades simultâneas como começar escola, chegada do irmão,  mudança de casa etc.
Jamais brigue com a criança se acontecerem acidentes.


Eu desejo que seja bem tranqüilo para vocês,
E se não for, mantenha a calma!

Ficou alguma dúvida? Quer saber mais? Já sabe.
Pergunta pra MaMãe.





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